Pular para o conteúdo principal

APAE DE SÃO PAULO LANÇA O PROJETO TODOS PELOS DIREITOS: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, CIDADANIA E COMBATE À VIOLÊNCIA

Com patrocínio da Petrobras, a iniciativa inédita irá mapear em 46 municípios do estado de São Paulo ocorrências de violência sofridas pelas pessoas com deficiência intelectual. 

Entender a realidade da questão da violência é apenas o primeiro passo do projeto “Todos pelos Direitos: Deficiência Intelectual, cidadania e combate à violência,” idealizado pela APAE DE SÃO PAULO. A iniciativa só foi possível com o incentivo do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania 2010.
Contando com o apoio de unidades da APAE distribuídas no estado de São Paulo, a Organização mobilizará cerca de 600 profissionais multidisciplinares (atores sociais), entre sociólogos, psicólogos e assistentes sociais, para mapear os casos de violência física e moral contra crianças e adolescentes com deficiência intelectual em cada um dos 46 municípios visitados. Após essa identificação, serão realizadas capacitações com esses potenciais multiplicadores, e também articuladas ações de sensibilização e intervenções destinadas às necessidades locais.
A união de esforços entre o Poder Público e as organizações é uma ferramenta com vital protagonismo na busca por soluções para os problemas da sociedade. Pautado nessa proposta, nasce o projeto “Todos pelos Direitos: deficiência intelectual, cidadania e combate à violência” com previsão de duração de dois anos. Esse olhar voltado para as garantias fundamentais das pessoas com deficiência intelectual não é novidade na APAE DE SÃO PAULO, pois desde o ano 2000 é oferecido a atendidos e familiares consultorias e apoios na área jurídica. No entanto, é a primeira vez que a organização planeja e coloca em prática uma ação com esse destaque que evidencia a questão do abuso físico e moral de crianças e adolescentes com deficiência intelectual.
No estado de São Paulo, 11,35% da população tem uma deficiência, sendo o grupo de crianças e adolescentes o que mais apresenta fragilidade físico-emocional, tornando-se alvo frequente da violência. Com base em dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (SINAPI), estima-se que 12% dessa população sofram anualmente ações violentas. E no caso da deficiência intelectual, a situação é ainda mais delicada, pois a grande maioria dos casos não é relatada pela vítima, muito por não compreender a própria violação ou, por não conseguir expressá-la de modo claro a um familiar ou responsável.
“Não podemos cruzar os braços e ficar alheios a essa situação. Por meio desse projeto, queremos fomentar a discussão do assunto e fortalecer a rede de proteção desses públicos, prevenindo e enfrentando as ações de violência direta e violações dos direitos. Para isso, vamos disseminar informação e implementar fluxos de trabalho entre os atores de defesa” comenta Marilena Ardore, coordenadora do serviço de Garantia da APAE DE SÃO PAULO. “Para fazer a ponte com esses profissionais em cada município, contaremos com o essencial apoio das APAEs locais e no casos de São José dos Campos e Osasco com o suporte de outros órgãos”, complementa a profissional.
Dinâmica do projeto: Identificar, Capacitar e Articular
A  APAE DE SÃO PAULO já passou a enviar os cinco articuladores do projeto aos 46 municípios do estado de São Paulo para que apliquem o questionário nos 24 agentes locais, entre conselheiros Tutelares; representantes dos seguintes órgãos: CMDCA, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e COMAS; profissionais das áreas de Saúde, Educação e Assistência Social, Vara da Infância e Juventude e da Segurança Pública; além de agentes da APAE local.
Os articuladores terão dois meses para reunir indicadores sociais de violência e de estrutura de atenção às vítimas que possam desenhar a realidade de atuação frente a essa problemática nos municípios. Uma vez coletado esse material informativo será possível elaborar um planejamento participativo focado na capacitação dos agentes consultados.
“Sensibilizando esses atores sociais para as especificidades da deficiência intelectual e expondo as fragilidades do sistema, conseguiremos que as práticas de prevenção e de encaminhamento dos casos de violência contra crianças e adolescentes sejam mais bem gerenciadas” informa Marilena.
Como passo seguinte, a APAE DE SÃO PAULO planeja manter a integração e a comunicação entre os profissionais e serviços que atuam na rede de proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes com deficiência intelectual. Além disso, a organização quer disseminar para a sociedade o conhecimento compilado nas práticas do projeto.
Aberto ao público, o primeiro encontro com esse caráter será realizado no final de 2011, na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Na ocasião será lançada uma publicação com conteúdos das capacitações, estatísticas levantadas inicialmente e manuais de cada tipologia  segundo os indicadores investigados.
Sobre a APAE DE SÃO PAULO
A APAE DE SÃO PAULO é uma Organização da sociedade civil sem fins lucrativos, referência na prevenção e na melhor qualidade de vida da pessoa com Deficiência Intelectual. Atua em todas as fases da vida, da infância ao processo de envelhecimento.  Pioneira em introduzir o Teste do Pezinho no Brasil, a Organização possui o maior laboratório do País especializado na área e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal. Desde 2001, já foram realizados mais de 13 milhões de testes em bebês brasileiros. Ainda como prevenção da Deficiência Intelectual, a Organização promove e apóia pesquisas, investe em desenvolvimento tecnológico, produz e difunde conhecimento científico. Além disso, promove a inclusão social da pessoa com Deficiência Intelectual estimulando o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam e escolaridade e a vida produtiva laboral, bem como, oferecendo atendimento jurídico aos atendidos e familiares acerca dos direitos e deveres da pessoa com deficiência. Em 2011, a Organização completa 50 anos de atuação. Para conhecer mais sobre a APAE DE SÃO PAULO, acesse o site www.apaesp.org.br ou entre contato por email atendimento@apaesp.org.br ou telefone (11) 5080-7123.
Fonte: Guia do Deficiente

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Itajaí sedia 2ª etapa da Copa Brasil de Paraciclismo

Evento ocorre até este sábado na cidade e reúne atletas de todo o país. Competição é promovida pela Confederação Brasileira de Ciclismo Foto: Rafaela Martins / Agencia RBS Atletas de todo o Brasil participam da 2ª etapa da Copa Brasil de Paraciclismo, que começou nesta sexta-feira a e segue até este sábado em Itajaí. O evento é promovido pela Confederação Brasileira de ciclismo, com sede em Maringá (PR). É a primeira vez que Santa Catarina recebe uma etapa da competição. As provas nas categorias Tandem, para deficientes visuais, Handbike, para quem teve lesão medular e pedala com as mãos, e C1, C2 e C3, para quem teve membros amputados, ocorrem no Molhe do Atalaia. O percurso é de 2 quilômetros. Neste sábado a competição será das 8h ao meio-dia e os atletas vencedores serão premiados em seguida. Mais de 80 atletas participam da etapa itajaiense, sendo seis deles da cidade. A primeira etapa da Copa foi disputada em Peruíbe (SP), em junho, e a próxima será em Brasília (DF) em nov

Programa dá voz a quem nunca falou.

Camila Hallage, 27 anos, estica o braço para alcançar o tablet. Com dificuldade, controla a mão para tocá-lo. Ela segue na direção da carinha verde sorridente. Quando finalmente a jovem encosta na tela, uma voz feminina diz "Sim", e seu rosto se abre em sorriso muito maior que o do desenho. Assim Camila responde que está feliz de poder ganhar voz, algo que nunca teve. Quem proporcionou essa mudança na vida da jovem, que teve paralisia cerebral ocasionada por problemas ainda no útero da mãe, foi o Livox ­- Liberdade em Voz Alta, programa para tablets criado pelo analista de sistemas pernambucano Carlos Pereira, 34 anos. A inspiradora de Carlos, sua filha Clara, de 5 anos, também teve paralisia cerebral por conta de falta de oxigênio no cérebro no momento do parto. Há dois anos, Pereira começou a desenvolver o programa, inspirado em sistemas que viu nos Estados Unidos. "Como nenhuma empresa das que procurei se interessou em desenvolver a tecnologia em Português, fu

Cidade tem quatro anos para adaptar calçadas e meios de transporte para Jogos Paralímpicos.

Desafio inclui adaptar equipamentos prontos, como o estádio do Engenhão e o Parque Aquático Maria Lenk Maratona. O cadeirante João Carlos da Rocha diante de uma calçada sem rampa em Copacabana: ele penou para fazer o trajeto entre o metrô da Rua Figueiredo Magalhães e a praia MÁRCIA FOLETTO / O GLOBO RIO - A quatro anos do início dos Jogos Paralímpicos do Rio, a cidade ainda tem um longo caminho a percorrer para ser considerada acessível a atletas, visitantes e cariocas com deficiências físicas, visuais e auditivas. Além de tirar do papel novos equipamentos esportivos, projetados com acessibilidade universal (dando ao deficiente autonomia de circulação), o desafio paralímpico inclui adaptar equipamentos prontos, como o estádio do Engenhão e o Parque Aquático Maria Lenk. Será preciso ainda vencer as barreiras impostas pelas calçadas da cidade, onde, segundo o Censo 2010 do IBGE, 89% dos 1,88 milhão de domicílios não têm rampas para cadeirantes em suas imediações. Nos trans