Pular para o conteúdo principal

Atletas comemoram construção do centro de treinamento paraolímpico

Dezenas de atletas, vários deles medalhistas nos Jogos Paraolímpicos e Parapan-Americanos, participaram na sexta-feira (25.01), em São Paulo, do lançamento do projeto do Centro Paraolímpico Brasileiro, que será construído no Parque Fontes do Ipiranga, na zona sul da capital paulista.

O centro de treinamento é parte do Plano Brasil Medalhas, do Ministério do Esporte, que vai aportar R$ 1 bilhão adicional ao orçamento do esporte brasileiro entre 2013 e 2016, com a meta de projetar o Brasil entre as maiores potências esportivas do mundo a partir dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

A apresentação do projeto ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Edênia Garcia, medalha de bronze nos Jogos Paraolímpicos de Londres, disse que "o projeto é formidável, digno dos melhores atletas do mundo, um legado para gerações". Para ela, beneficiária do programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, "o Rio 2016 tem tudo para deixar o melhor legado para o esporte brasileiro. O diferencial deste centro de treinamento é que ele foi pensado especialmente para os atletas com deficiência, não foi adaptado de outros esportes".

O local servirá para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções; preparação física; cursos para técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais; e desenvolvimento das ciências do esporte, no conceito de atuação interdisciplinar envolvendo medicina, fisioterapia, psicologia, fisiologia, biomecânica, nutrição e metodologia do treinamento, entre outras áreas.

O nadador multicampeão Daniel Dias comemorou: "A construção do centro de treinamento será a realização de um sonho de muitos anos, desde que o esporte paraolímpico começou a se desenvolver no Brasil. O governo acreditou no nosso sonho". Já o campeão olímpico da bocha Dirceu Pinto, também bolsista do Ministério do Esporte, afirmou que o CT significa algo de novo no Brasil: "Vários países têm ótima estrutura, e agora vamos ter o que há de melhor no mundo. Se sem este centro já temos excelentes resultados, a tendência é melhorar ainda mais nos próximos ciclos paraolímpicos".

Estrutura
Parceria do governo federal com o estado de São Paulo e o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), o centro de treinamento congregará 14 modalidades de esportes paraolímpicos: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi, tênis, tênis de mesa e voleibol sentado.

Edilson Tubiba, diretor técnico do CPB, disse que o esporte paraolímpico há anos vem conquistando espaço no cenário esportivo e hoje "atingiu o mesmo patamar do esporte olímpico". Para ele, "o CT será o maior legado do Rio 2016, talvez melhor que a própria classificação no quadro de medalhas dos Jogos". Tubiba entende que "o centro de treinamento significará a consolidação do esporte paraolímpico para várias gerações".

O vice-presidente do CPB, Mizael Conrado, que falou em nome do movimento paraolímpico, afirmou: "Este momento é de extrema importância porque reúne o prefeito da maior cidade do Brasil, o governador do maior estado do Brasil e a presidenta da República por uma causa paraolímpica. Isso demonstra de forma cabal que o esporte brasileiro tem se consolidado como política de Estado".

Conrado lembrou que logo depois de o Brasil conquistar a nona posição nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008, o CPB estabeleceu metas desafiadoras para os anos seguintes. "Decidimos buscar a sétima colocação em Londres e conseguimos. Já o objetivo de alcançar o quinto lugar no Rio 2016 é mais difícil porque os nossos concorrentes também avançaram em seu desempenho."

Referências
Mizael chama a atenção para o fato de que três dos principais concorrentes do Brasil – China, Ucrânia e Coreia do Sul – têm algo em comum: centros de excelência que se tornaram referências internacionais em treinamento para esportes adaptados. Os três países concentram várias modalidades em um só local de treinamento, modelo bem sucedido que o Brasil foi buscar para aperfeiçoar a preparação de seus atletas e seleções de ponta.

O dirigente brasileiro citou a evolução da Ucrânia, que saiu da 44ª posição em 1996 para a quarta em 2008 e 2012, e a China, que passou da 13ª em 1992 para a primeira em 2012, como exemplo de planejamento, investimento e metas bem definidas. "O Brasil também vem se desenvolvendo de forma sustentável, e o CT vem coroar esse trabalho", encerrou.

Confira vídeo sobre o projeto do Centro Paraolímpico Brasileiro:



Confira vídeo com depoimentos de atletas paraolímpicos:



Fonte: Esporte.Gov

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Itajaí sedia 2ª etapa da Copa Brasil de Paraciclismo

Evento ocorre até este sábado na cidade e reúne atletas de todo o país. Competição é promovida pela Confederação Brasileira de Ciclismo Foto: Rafaela Martins / Agencia RBS Atletas de todo o Brasil participam da 2ª etapa da Copa Brasil de Paraciclismo, que começou nesta sexta-feira a e segue até este sábado em Itajaí. O evento é promovido pela Confederação Brasileira de ciclismo, com sede em Maringá (PR). É a primeira vez que Santa Catarina recebe uma etapa da competição. As provas nas categorias Tandem, para deficientes visuais, Handbike, para quem teve lesão medular e pedala com as mãos, e C1, C2 e C3, para quem teve membros amputados, ocorrem no Molhe do Atalaia. O percurso é de 2 quilômetros. Neste sábado a competição será das 8h ao meio-dia e os atletas vencedores serão premiados em seguida. Mais de 80 atletas participam da etapa itajaiense, sendo seis deles da cidade. A primeira etapa da Copa foi disputada em Peruíbe (SP), em junho, e a próxima será em Brasília (DF) em nov

Software Participar - desenvolvido para a alfabetização e comunicação de deficientes intelectuais

O “Software Participar”, foi desenvolvido para ajudar na alfabetização e comunicação alternativa (redes sociais) de jovens e adultos com deficiência intelectual. A ferramenta, única do gênero no Brasil, foi pensada e desenvolvida dentro da UnB por professor e alunos do Departamento de Ciência da Computação, com o apoio pedagógico especializado da Secretaria de Educação do GDF. Os vídeos (mais de 600) inseridos no software são de qualidade tal, que possam ser executados em computadores de escolas simples, localizadas nas mais distantes cidades, visto que muitos deles são antigos e com configurações defasadas. O projeto foi totalmente construído sem financiamento, mas com a boa vontade e dedicação de muitos. Como o software é pioneiro, o aperfeiçoamento dele deverá acontecer à medida que, com seu uso, necessidades forem identificadas. Existem ainda projetos em desenvolvimento no campo da profissionalização de deficientes intelectuais adultos, que necessitam de financi

Programa dá voz a quem nunca falou.

Camila Hallage, 27 anos, estica o braço para alcançar o tablet. Com dificuldade, controla a mão para tocá-lo. Ela segue na direção da carinha verde sorridente. Quando finalmente a jovem encosta na tela, uma voz feminina diz "Sim", e seu rosto se abre em sorriso muito maior que o do desenho. Assim Camila responde que está feliz de poder ganhar voz, algo que nunca teve. Quem proporcionou essa mudança na vida da jovem, que teve paralisia cerebral ocasionada por problemas ainda no útero da mãe, foi o Livox ­- Liberdade em Voz Alta, programa para tablets criado pelo analista de sistemas pernambucano Carlos Pereira, 34 anos. A inspiradora de Carlos, sua filha Clara, de 5 anos, também teve paralisia cerebral por conta de falta de oxigênio no cérebro no momento do parto. Há dois anos, Pereira começou a desenvolver o programa, inspirado em sistemas que viu nos Estados Unidos. "Como nenhuma empresa das que procurei se interessou em desenvolver a tecnologia em Português, fu